sábado, 20 de abril de 2024

A montanha pariu um monstro


Não dá para perceber. Não dá para respeitar. Não dá para tolerar. Um governo com maioria é derrubado, provocando uma crise política. Vamos para eleições, e muda tudo. Forma-se outro governo que vai no sentido oposto ao do governo derrubado, mas com exactamente o mesmo número de deputados a apoiá-lo do que o do partido maior da oposição. Cresce uma força política que roça a delinquência. Força essa que aliada ao novo governo pode mudar tudo provocando medidas políticas delinquentes. Os grunhos saem dos buracos em delírio. Parece que assim é que é. Vamos voltar ao passado. Mulheres podem ir para onde quiserem, mas de preferência para as lidas do lar. Pessoas sexualmente diferentes dos grunhos devem voltar para o armário. As medidas anunciadas que tanto animaram os debates é melhor serem esquecidas. Vamos voltar à normalidade da direita: polícias para a rua para arrear no cidadão. Políticos para o parlamento para aliviarem os atropelos ao capitalismo desenfreado. Quem ganha mais quer ganhar mais ainda. Vamos nessa. 

As conclusões agora reveladas mostram o sarilho provocado pela extremosa Justiça. Nada se confirma, tudo foi um embuste. Tudo isto aconteceu por mor de um "descuidado" parágrafo que uma senhora da Justiça escreveu, diz-se. Foi? Se calhar foi mesmo o parágrafo, mas a senhora não se enganou. Não houve aqui descuido nenhum. Desta vez a montanha não pariu um rato. Pariu um monstro. Vamos estar em confronto com um passado que pensávamos mais arredado do pensamento das pessoas. Estávamos enganados. Os monstros andavam escondidos nas histórias contadas passadas antes de 25 de abril de 1974. Agora andam aí de novo sem vergonha na cara. Dizem o que querem e fazem-se ouvir. Estão 50 fascistas no parlamento, fora os que ainda não sairam das gavetas infectas. 

E a senhora que provocou isto tudo não se demite?

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