segunda-feira, 18 de março de 2024

Deambulatório

EM MADRID ME PERCO - I | A viagem foi para perceber o que seria este Madri Design Festival. A iniciativa povoou vários locais da capital do reino. Mas a rendição aconteceu no Matadero, local único e de grande vitalidade cultural. Impressionante mesmo. No Matadero tudo acontece. Aconteceu grande matança no passado. Mas agora a matança é outra: matamos um tempo muito bem passado entre a observação de exposições surpreendentes, performances teatrais de grande ousadia, literatura de insubmissões arriscadas. É sublime percebermos que um dos espaços é baptizado de Fernando Arrabal, o escritor antifascista, corrido por Franco e que ficou até hoje em França. Sublime ternura, sublinho. 

O design exposto surpreende pela originalidade respeitadora das origens. Ou seja, olhamos para o lado e inventamos outra coisa. É o mundo dos designers. Respeita-se um passado que se esquece de seguida. Vamos respeitar a diferença para fazer ainda mais diferente. Estas peças aqui expostas — cartazes, livros, móveis, objectos vários — estão em festa. Percebemos o convívio e a zanga. Percebemos as influências e as originalidades. Também há coisas que não percebemos. Mas, temos que perceber tudo na vida? 

Madrid continua a ser aquele lugar encantador que me fascisna desde a primeira hora em que lá pernoitei. Madrid é uma cidade espantosa de dia e de noite. 

madriddesignfestival.lafabrica.com/

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