terça-feira, 19 de setembro de 2023

A banalidade do mal


Hannah Arendt combateu este estigma. Denunciou-o. Os nazis banalizaram as atitudes vis. Com a banalização tudo se torna relativo. Tudo é assimilado e inscrito numa certa normalização. André Ventura, o político mais sem carácter de sempre, atira com censuras ao Governo por razões que se explicam pela tentação de dar nas vistas. De aparecer como grande militante de uma causa que não sabe explicar muito bem qual é. O Chega não tem programa nem norte. O programa que chegou a ter, mas que apagou, era sinistro. Este constante saltitar e esta exaltada gritaria, colocam-no permanentemente nos meios de comunicação. Parece o líder da oposição. Montenegro dá a entender que finalmente percebeu isso. Uma moção de censura que se esfuma nos minutos seguintes, sem possibilidade de aprovação, só banaliza um procedimento — moção de censura ao Governo — que sendo importante, deixa-o de ser. É banalizado. Mas Montenegro tem agora outro problema. O seu possível preferencial aliado — Iniciativa Liberal — vai votar a favor da moção dos fascistas do Chega. Esta gente da Iniciativa Liberal é o que for preciso. Mas têm programa. E esse programa é tão sinistro como o inexistente do Chega. Esperemos que o PPD/PSD, com Montenegro ou sem Montenegro, nunca faça alianças com esta gente sinistra. É importante reforçar os serviços públicos e o sistema democrático. Isso, sim. Fascistas, não.

[Imagem: líderes de sistemas políticos onde os sistemas ultra liberais funcionaram em grande estilo].