segunda-feira, 24 de julho de 2023

Feira popular


A esquerda não ganhou as eleições em Espanha. Mas a direita também não. Então? O que está a acontecer no mundo (excepto no mundo em que as eleições são nomeações) é uma divisão das populações entre os que querem recuos e os que insistem em avançar. A coisa está proporcional: metade de um lado, metade de outro. Mas percebe-se que a esquerda não perde, mesmo quando toda a gente que pretende fazer opinião nas televisões e nos jornais antecipa resultados catastróficos. Só um pequenito exemplo disto que acabo de dizer: um repórter da SIC (esse esgoto que fede), em Madrid, insistia na sua de que a sala onde se realizou o último comício de campanha estava, para ele (coitado), praticamente às moscas. As imagens depois reproduzidas não confirmavam o seu competente empenho em defesa da inverdade. E o PSOE teve muitos mais votos ontem do que nas votações anteriores. Enfim, propagandas manhosas.
Vamos ao que interessa: o Partido Popular de lá teve mais votos. O Partido Popular de cá já felicitou os seus colegas. O partido popular de cá não sabe bem se é "popular" ou se é "social-democrata" por isso está sempre bem. O partido franquista de lá perdeu quase metade dos deputados. É essa estrondosa derrota que está a complicar as coisas ao chefe do Partido Popular que é mais "popular" do que era mas não o suficiente para abrir os portões do palácio da Moncloa. A tão risonha extrema-direita foi reduzida a um riso amarelo. O chefe do partido fascista português foi lá fazer de galo de entrudo. Os franquistas espanhóis têm finalmente quem os representa. Sem medos nem vergonhas. Os salazaristas portugueses viram no chefe do partido fascista (que já tem onze fascistazinhos e uma fascistazinha na Assembleia da República) um facho que os ilumina a fruste existência. Mas o fascista de cá só é salazarista quando essas botas lhe dão bom caminhar. O fascista de cá é o que for preciso.

Boa sorte, espanhóis. Continuem a correr com os fascistas. 

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