sexta-feira, 25 de novembro de 2022

José Ruy

Expôs na Casa da Cultura - Setúbal, em fevereiro/março de 2014. Antes tivemos conversas sem fim em muitas ocasiões. Esta fotografia foi tirada por mim numa dessas conversas aqui no meu atelier. Na altura escrevi um texto para a Folha de sala que repito agora, em sua homenagem. Morreu na quarta-feira passada, e eu só agora dei por isso. Estou triste. Muito triste. Muito obrigado, senhor José Ruy.

Começou por tirar o curso de desenhador litógrafo, na António Arroio. Estreou-se nos desenhos para impressão gráfica aos nove anos, no suplemento A Abelha, da revista Colecção de Aventuras. Publicou a sua primeira história aos quadrinhos com catorze anos. Nunca mais parou. O Papagaio recebeu os seus primeiros traços a sério. Depois, outros desenhos foram povoando as mais diversas edições impressas. Fez capas de livros, ilustrações de novelas e as famosas histórias aos quadradinhos. 

Trabalhou para o Mosquito, O Gafanhoto, O Camarada, Cavaleiro Andante, Jornal da BD, Tintin, Spirou, selecções BD, Mundo Feminino, Almanaque Alentejano, Almanaque do Algarve, Humanidade, Selecções de Mecânica Popular, Mama Suma, Diário de Notícias, entre muitos outros.
Tem publicados dezenas de trabalhos de banda desenhada. Deu a conhecer histórias da História de Portugal e do Mundo. É um incansável divulgador desta actividade, percorrendo escolas e organismos culturais. Também experimentou a realização de documentários, sendo esta uma actividade paralela ao trabalho que desenvolve, igualmente raiada de autenticidade comunicacional. Comunicar é o ofício de José Ruy. Escolheu os desenhos para o fazer. Os desenhos são a sua voz.