quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

José Afonso


A MORTE SAIU À RUA | Morreu num dia assim de 1987. Assinala-se o fim de uma presença física de alguém que não morreu. 

É no fim de uma vida que se percebe a grandeza da sua existência. A morte física é inevitável. A existência cultural e o exemplo, não. Recordamos, neste dia de céu cinzento, o dia da morte de alguém que não teve problemas em mudar sons e em usar as palavras: as palavras que convocam a beleza, mas também as razões cruéis e devastadoras. Usou a palavra MORTE num tempo em que era pouco apreciável fazê-lo. Fez outras músicas. Mudou a maneira de as fazer e até de nós as ouvirmos. Mudou vidas. Mudou muito. Para sempre gratos a José Afonso.

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