sábado, 27 de novembro de 2021

Fim da Festa




A festa da Ilustração - Setúbal chega ao fim este fim de semana. As exposições ainda em exibição podem ser vistas durante este domingo. Refiro-me às prestações de Marta Madureira e Pierre Pratt na Casa da Cultura. 

Muito obrigado a convidados e concorrentes representados nas exposições. Muito obrigado aos participantes na Feira da Festa. Muito obrigado aos músicos que acrescentaram sons às festividades. Muito obrigado aos decisores políticos que permitem esta iniciativa única no mundo. Muito obrigado a quem transforma o design expositivo em matéria observável. Muito obrigado aos visitantes, que tendo sido muitos, são únicos. Falamos de gente do melhor. Falamos do melhor que se faz neste mundo em crise de ideias e vítima de ideias em crise. Voltaremos para o ano com a Festa, mas vamos já começar a trabalhar. Até já.

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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Insustentável leveza


Parece que a CNN tem agora poiso cá na terra. Mas não parece a CNN. Parece mais uma estação de mexericos, curiosidades e socialites. Assim uma coisa tipo TVI, estão a ver? Ah, aquilo é da TVI? Adiante.

Parece mais uma estação de mexericos, curiosidades e socialites. Abertura espampanante, com os de sempre, e furo jornalístico de cordel, com os de sempre, em informação de trazer por casa. O branqueamento de Rendeiro é apresentado com pompa. A banalidade informativa impõe-se, nesta anunciada surpresa da caixinha de surpresas. Parabéns à prima.

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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

António Nobre EM VOZ ALTA


Vamos ouvir poemas de António Nobre por João Meireles e Manuel Wiborg, na
Casa Da Cultura | Setúbal. Será a última sessão EM VOZ ALTA do ano. Mas voltaremos em 2022, com mais poemas e mais poetas. Até já.

sábado, 20 de novembro de 2021

Rumos novos



Ouvir José Afonso é sempre uma surpresa. Ouvir de novo os seus discos em vinil faz-me regressar aos meus dezasseis anos, aos momentos em que o comecei a ouvir e a surpreender-me com esta música nova. Pois é: os discos estão aí de novo e soam a novos. Aguardo os próximos. Estes dias são de festa. 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

José Saramago 99


Escrevinhei este texto para assinalar os dez anos da sua morte. Reescrevo-o  agora para mencionar o seu nascimento. Mantenho a admiração e respeito.

José Saramago nasceu há noventa e nove anos. Conheci-o no princípio dos anos oitenta do século passado. Ele acabado de publicar Levantado do Chão, eu puto, seu leitor. 

Foi para falar desse livro que o convidei para uma sessão Dois Dedos de Conversa, as conversas antecessoras das actuais Muito cá de casa. Foi no então Circulo Cultural, onde agora está a Casa Da Cultura | Setúbal. A conversa com o escritor foi iniciada por uma performance a cargo de Pompeu José e Albano Almeida. A leitura dos textos escolhidos emocionaram Saramago. Ficou conquistado. Adorou tudo: o passeio que fizemos pela cidade, o jantar confecionado pelo José Pina, e a leitura dos seus textos. A sessão em si foi inesquecível. Esta passagem de José Saramago por Setúbal ficou-me na memória. Na minha e na de todos os participantes, tenho a certeza. A saudade esclarece-nos essa memória.

A fotografia deste cartaz é do João Francisco Vilhena 

domingo, 14 de novembro de 2021

Muito cá de casa com Paulo Moreiras

É a última sessão Muito Cá de Casa do ano. Acontecerá no próximo sábado, à noite.
Paulo Moreiras já esteve na Casa Da Cultura | Setúbal para apresentar Pão & Vinho, livro que será ainda "conversado" neste encontro com o autor que volta agora à Casa para apresentar o seu mais recente trabalho: O Caminho do Burro. Oportunidade para estarmos à conversa com este escritor de múltiplos talentos. Partilho a sinopse para vos abrir o apetite.

O Caminho do Burro é uma antologia dos melhores contos escritos por Paulo Moreiras, entre 1996 e 2017, que andavam dispersos por diversas publicações, algumas hoje esquecidas ou de difícil acesso. Contos onde o picaresco e a malícia do povo português andam de braço dado com as invejas e as cobiças de gente ruim e sem escrúpulos. Uns à procura de uma vida melhor, do amor, da amizade e outros a engendrar estratagemas a fim de estragar os bons planos do vizinho. Um retrato irónico, mordaz e cheio de humor sobre as grandezas e misérias de ser português, com os seus toques de malandro, pinga-amor e desenrascado. Tudo embrulhado pela riqueza vocabular a que Paulo Moreiras já nos habituou. Contos para comer, beber e rir por mais, que assim se dizem as verdades.

Da política e da sua necessidade


Os responsáveis políticos que se encontraram em Glasgow para decidir sobre o nosso futuro colectivo, não fumaram o cachimbo da paz. Pelo contrário: incendiaram os ânimos de quem se preocupa com o futuro do planeta que é só um, apesar de eles ainda não terem dado por isso. 

A insistência nos combustíveis fósseis é uma ameaça real. Claro que a evolução para energias limpas não poderá acontecer de um dia para o outro, mas o que saiu desta cimeira atira essa preocupação para as calendas gregas. António Guterres e Greta Thunberg já manifestaram a desilusão. Estou com eles. Todos os participantes nos trabalhos manifestam a decepção. Uns falam em falhanço total, outros em pequeno avanço. Nenhum nos descansa. É preciso continuar com a denúncia. É indispensável o nosso bom comportamento nos consumos e na devolução do que consumimos para ao terreno comum. Mas também é urgente fazermos política. A decisão é política. Tudo é política. A ameaça ambiental mostra-nos que não podemos baixar os braços nem a vontade de mudar este estado de coisas que pode colocar em risco quem aí vem. Se nos calarmos somos responsáveis pela desgraça.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Desenhar os sons

É hoje, ao fim da tarde. Vamos conversar sobre a estética visual em José Afonso e assinalar o regresso da sua música em suportes dignos. A intemporalidade desta obra celebra-se todos os dias. Até logo.


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Música do mundo



Jorge Humberto é músico. Toca e canta os sons e as palavras da sua terra. É um músico importante: original e autêntico. Um grande valor da música de Cabo Verde. Vai estar no próximo sábado na Casa da Avenida para nos apresentar trabalhos recentes. Repete assim a sua presença por cá — já esteve na Casa Da Cultura | Setúbal —, em concerto intimista e recomendável, portanto. Apareçam.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

E as pessoas, estúpidos?


A feira das vaidades dos tecnologicomaníacos que acham que a tecnologia resolve tudo e que as pessoas são simplesmente robots que borrifam de óleo as máquinas tecnológicas, está aí em força, reforçada agora pela acção e esforço do eminente tecnocrata neoliberal que ocupa a presidência da Câmara de Lisboa. Ele quer uma web summit permanente e até promete uma "fábrica de unicórnios". Tão giro, não é?! Esperemos que não lhe passe pela cabecinha tornar a Câmara de Lisboa numa startup.

Estão tão contentinhos com a merda que fazem. Ficam possessos. Até parece que tomam drogas estragadas. Mas não é só o Moedas das "boas práticas" impostas pela Europa dos ricos que está em pontas. Os diligentes participantes na iniciativa do "salve-se quem puder" são sempre contemplados com a prestimosa presença de toda a gente que manda, opina ou se inscreve com gosto na agenda neoliberal da moda. Políticos de esquerda que se rendem a esta baboseira devem ser de esquerda quando adormecem, com certeza. Abram os olhos. Estes eventos não querem saber das pessoas para nada. As políticas de esquerda devem pensar nas nossas vidas, não na sua substituição por máquinas. Tudo tem preceito. A selvajaria do "salve-se quem puder" não nos impressiona. Indigna-nos.

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