Os responsáveis políticos que se encontraram em Glasgow para decidir sobre o nosso futuro colectivo, não fumaram o cachimbo da paz. Pelo contrário: incendiaram os ânimos de quem se preocupa com o futuro do planeta que é só um, apesar de eles ainda não terem dado por isso.
A insistência nos combustíveis fósseis é uma ameaça real. Claro que a evolução para energias limpas não poderá acontecer de um dia para o outro, mas o que saiu desta cimeira atira essa preocupação para as calendas gregas. António Guterres e Greta Thunberg já manifestaram a desilusão. Estou com eles. Todos os participantes nos trabalhos manifestam a decepção. Uns falam em falhanço total, outros em pequeno avanço. Nenhum nos descansa. É preciso continuar com a denúncia. É indispensável o nosso bom comportamento nos consumos e na devolução do que consumimos para ao terreno comum. Mas também é urgente fazermos política. A decisão é política. Tudo é política. A ameaça ambiental mostra-nos que não podemos baixar os braços nem a vontade de mudar este estado de coisas que pode colocar em risco quem aí vem. Se nos calarmos somos responsáveis pela desgraça.