segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Dos fiscais da máscara e da razoabilidade


O combate à pandemia dita regras. O uso de máscara e o distanciamento social são fundamentais a esse combate. Estas regras têm sempre de ser impostas por lei. Parte substancial dessa entidade abstracta a que se convencionou chamar Povo é sempre contra sugestões agressoras da sua "liberdade".

A solução é sempre aplicada a toque de caixa. Mas estas soluções despertam os polícias que vivem dentro das cabeças do nobre povo. Digo isto para contar uma história verdadeira a que assisti num espaço que frequento diariamente. O membro de uma família que acabava de tomar um substancial pequeno-almoço, depois do repasto, ao levantar-se da mesa onde permaneceu em alegre convívio, resolveu implicar com duas pessoas que adicionaram à leitura de um semanário impresso um agradável café-expresso e uns bolinhos acompanhantes. Estas duas pessoas foram incomodadas pelo "cidadão-fiscal da máscara", com severa reprimenda. Estavam sem máscara. O "cidadão-fiscal da máscara" não esclareceu como se resolve a ingestão de um café com máscara colocada no rosto. A razoabilidade não encontra eco nesta gente que nasceu para aplicar uma justiça que só pende para um lado. O seu. O gosto de serem justiceiros alegra-lhes a existência. Agora ameaçam logo com a autoridade. São os novos mordomos de um poder que querem instituir à força. Se a PIDE ainda existisse, a caixa de fichas de concorrentes à admissão estaria a abarrotar. Pobre povo.

facebook