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Irreal mundo novo
A década de setenta do século vinte foi decisiva. Havia uma sensação de evolução. Direitos com deveres. Fim de descriminações. Combate vigilante ao regresso do autoritarismo. Temos Canções, filmes, livros e performances visuais que documentam o debate e o avanço civilizacional. Nada parecia conquistado, mas o retorno às velhas políticas parecia impossível.
Mais recentemente, um presidente de origem africana é eleito nos EUA. No Brasil, Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva inscreveram o país no mapa do mundo que avança. Tudo parecia estar a correr bem. De repente tudo muda. Um mundo incrédulo acorda um dia com Trump presidente do país mais influente. No Brasil foi o que foi. E está a ser. Pelo mundo anda uma onda de "correcção" assustadora. Steve Bannon, o fascista que delineou a estratégia de Trump, percorre o mundo em apoio às mais sinistras políticas. Até Portugal, país que se orgulhava de não ter extrema-direita no parlamento, já tem um ex-militante do PPD/PSD, saído directamente para um partido com nome de detergente. Note-se ainda que o actual líder do PPD/PSD assegura que não existiu fascismo e não existe racismo em Portugal. Percebemos então que as más políticas ficaram entranhadas nos políticos que sempre percorreram o tapete principal da política. Eles andam aí, e nós também. A combatê-los. Não podemos desistir. Temos mesmo que insistir. É que as ideias velhas estão a querer passar por novas. O combate às ideias velhas faz-se todos os dias.
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