domingo, 3 de maio de 2020

Pivot ou parvot?

Só agora vi a tão falada entrevista que Marta Temido deu à SIC. O pivot de jornais que entrevistou a ministra tem taras. Cismas. Por exemplo: cismou que haveria de ser o moralista de serviço por mor da pandemia, e vá de dar sermões a torto e a direito, em pose de sacerdote em altar de pechisbeque. Houve quem achasse aquilo o máximo. Até António Costa o elogiou em directo. 

Com a ministra da saúde a coisa correu-lhe mal. Perguntas mais que respondidas em outros cenários foram para ali chamadas como se o Rodrigo das perguntas fosse um homenzinho pouco esclarecido. Desempenhou bem este papel, mas correu-lhe mal o foguetório perguntador. Com uma invejável paciência, Marta Temido respondeu-lhe educadamente e sem hesitações. O homem é um tarado que só pensa em palco. Esta pandemia deu-lhe calores de repórter de guerra. Quando não estava ao serviço queixava-se, nas redes sociais, de não estar no campo de batalha. O palco faz-lhe tanta falta que seguiu o exemplo do seu colega da RTP que escreve livros a metro e... vá de publicar também histórias de ler e esquecer. O tal palco televisivo permite a estes escrevinhadores de cordel vendas esdrúxulas e contas bancárias robustas. A visibilidade dá-lhes ganas de protagonismo justiceiro de trazer por casa. São uns parolos armados em heróis. Às vezes as ganas dão em nada. Foi o que aconteceu ao justiceiro moralista Rodrigo. Paciência, um dia não são dias. Perdeu uma batalha, mas a guerra ainda não acabou.
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