MUNDO NOVO | O que aí vem ainda não é perceptível. Há sempre quem fale em janelas de oportunidades. Oportunidades que surgem por cima de milhares de cadáveres e embrulhadas no medo. O que aí vem pode ser um ajuste, sim. Todos os excessos serão castigados. O neoliberalismo impôs regras económicas embriagadas de uma feroz disputa pelo lucro. Lucro que abastece sempre os mesmos. A única oportunidade que se vislumbra é a de se acabar de vez com a tormenta neoliberal no mundo. Perante a catástrofe, os neoliberais estão calados que nem ratos. Voltaram a ter vergonha. Afinal o Estado faz falta. E todos pedimos ajuda ao Estado. O sistema — democrático, diga-se — apesar de tudo funciona. Entre a direita conservadora liberal o sistema também funciona, mas repare-se como. É vermos o que se passa no Brasil, EUA e Inglaterra. Em Itália o drama é tal que é melhor ficarmos calados. Só solidários. O que vai ser da economia ainda vigente daqui para a frente? Tudo vai ser diferente. O turismo de sucesso como foi até aqui acabou, terá de ser outra coisa. Tudo o que lhe está ligado: restauração, hotelaria, gestão e logística nacionais e municipais, agências de promoção, transportes, aeroportos e tudo o que nas urbes mexe à volta de visitantes terá de ser reinventado. As indústrias: automóveis, electrodomésticos, calçado, lanifícios, moda, entre outras terão o seu momento de reflexão e propostas de adaptação ao mundo novo. A indústria alimentar retalhista não deve ter problemas: a malta tem de comer, tomar banho e limpar a casa. O problema é se fica sem dinheiro.
As editoras livreiras vão pensar melhor no que editam. O Estado, lá está sempre o Estado — e ainda bem — tem de apoiar artistas, que terão também de rever estratégias. As televisões deveriam acabar com programas de diversão alarve e de apelo ao consumo sem freio. Estarmos na Europa das economias deverá ter vantagens. Veremos.
Esta crise recorda-nos que todos somos vulneráveis perante uma ameaça global. Enfim, tudo vai mudar. Para todos. Espero que não doa muito. Entre mortos e feridos alguém há-de escapar.
Nota: isto não são palpites. Quem sou eu? Não sou bruxo. Só estou preocupado.
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As editoras livreiras vão pensar melhor no que editam. O Estado, lá está sempre o Estado — e ainda bem — tem de apoiar artistas, que terão também de rever estratégias. As televisões deveriam acabar com programas de diversão alarve e de apelo ao consumo sem freio. Estarmos na Europa das economias deverá ter vantagens. Veremos.
Esta crise recorda-nos que todos somos vulneráveis perante uma ameaça global. Enfim, tudo vai mudar. Para todos. Espero que não doa muito. Entre mortos e feridos alguém há-de escapar.
Nota: isto não são palpites. Quem sou eu? Não sou bruxo. Só estou preocupado.