QUEM É ESSE AGRIPINO? | Agripino Maia viveu na cidade de Setúbal na segunda metade do século passado. Foi um homem de sete ofícios, sendo o de ilustrador um dos mais apreciados. Carlos Mouro descobriu pormenores da sua vida e nós vamos perceber o que de facto se passou com este homem que marcou a cidade, mas que tão esquecido estava. A exposição dos seus trabalhos abre no próximo sábado, dia 2, no Espaço Ilustração, no mesmo horário em que Jina Nebe mostra os seus trabalhos na galeria. Festa dupla. Até lá.
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DO CRIME E DA VERGONHA | Quem votou nestes bandidos já consegue sentir vergonha por isso? Ou é preciso que eles votem mais atrocidades no Parlamento Europeu? Vergonha precisa-se. Asco.
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REAIS PRESENÇAS | Jina Nebe é o nome artístico da próxima ocupante da galeria da Casa da Cultura. Nasceu na República Checa, mas o mundo é a sua verdadeira pátria. É esse mundo que a inspira. Um mundo visto dos aviões. Fotografias são o ponto de partida. Imagens a que acrescenta gravura e outras aventuras visuais.

A exposição vai estar patente durante o mês de novembro. Abre dia 2, ao fim da tarde.
Convidados.
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REGISTO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL | Avelino Sá chamou a esta exposição As Minhas Propriedades. Encontramos nestas obras registos de uma certa necessidade, por parte do artista, de colocar o trabalho desenvolvido em patamares de conhecimento superior: uma espécie de celebração. Assumpção de influências. Essa necessidade aguça o engenho. O resultado da pesquisa é revelado nesta mostra invulgar, com contornos de excelência. A visita poderá ser demorada, os ambientes são extensos e labirínticos, mas vale a pena a caminhada. Sugiro isso: caminhar até à Fundação D. Luís I - Centro Cultural de Cascais, e permanecer por ali demoradamente. Se for preciso, repetir a visita. Sempre em silêncio. Este trabalho sugere meditação. Depois é guardar o bem que estas coisas nos fazem. Bem guardado, que não é todos os dias que deparamos com sugestões de prazer tão intenso.

Proximamente, Avelino Sá levará trabalho recente à Galeria da Casa Da Cultura | Setúbal. Quem visitar esta exposição em Cascais ficará ansioso por ver outros desenvolvimentos. É por isso que aviso.
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VENHAM MAIS | O Eurico tem a sua própria maneira de interpretar as músicas de José Afonso. Fá-lo desenhando, redesenhando e dando voltas aos desenhos. Filmezinhos apetitosos saem dali, reencontrando a obra de Zeca sem lhe causar qualquer beliscadura. É que estas coisas têm riscos. Interpretar a obra de um génio tem mesmo muitos riscos. Mas o Eurico Coelho sai do empreendimento de de forma airosa. Isto é bom. Até logo.
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DESENHAR A VIDA DA GENTE | A Feira Gráfica Lisboa continua hoje. Trabalhos novos de gente nova em convívio com o que gente mais experiente tem para dizer. É um fervilhar de coisas boas feitas por boa gente. Vale mesmo a pena darmos lá um salto. Eu fui ontem. E ali andei, entre a curiosidade e a alegria.
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JOSÉ BENTO | Gostava muito dele. Conheci-o na Assírio e Alvim da Passos Manuel há um ror de anos. E gostei muito de o conhecer. Que triste.
Fonte Público
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FIM-DE-SEMANA EM SETÚBAL | Acontece que Setúbal não é só choco frito. Eu até dispenso o petisco. Mas não dispenso as idas à galeria da Casa Da Cultura | Setúbal para olhar os trabalhos de Pedro Chorão ali mostrados. Frequentemente dou por mim a caminhar para lá. Soberbo. Uma alegria para o olhar.
Ah. é verdade, ainda existem exemplares do magnífico álbum, editado pela Documenta, que reúne significativa obra do artista.
Passem por lá, depois do choco frito. Bom fim-de-semana.
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JÁ QUE ESTOU COM A MÃO NA MASSA... | Eu, que em duas publicações atrás referi como inabilidade política a atitude revelada por Sánchez sobre a situação catalã, venho agora saudar outra sua atitude, e com esta estou de acordo. Celebra-se o que nos provoca satisfação moral e política — sim, por motivos ideológicos, e depois? —, e combatemos o que nos afronta e agride, que isto é mesmo assim. Atitude corajosa, a de Sánchez. Agora vê lá se vês com outro olhar o que se passa ali naquele extremo da tua zona. Será que estamos a pedir muito?
Fonte DN
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JOSÉ AFONSO EM SETÚBAL | Os sítios, em Setúbal, onde José Afonso conviveu: as casas onde morou, onde encontrou amigos, onde se demorou mais por atracção ou vontade de participar. Este é o primeiro roteiro dos locais onde tanta coisa aconteceu. É bom perceber, ou recordar, os motivos que fizeram este homem escolher a cidade para morar. O lançamento é amanhã à noite. Convidados.
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UM VALE DE CAÍDOS EM COMBATE | Franco não morreu em combate. Provocou combates e muitas mortes. Mais de meio milhão de pessoas morreram. Franco não merece ser venerado como um herói, quando não passou de um vulgar filho da puta.
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FUI LÁ VISITAR POLÍCIAS | Esta atitude do primeiro-ministro espanhol é pouco compreensível em democracia. Em política, não saber dialogar é sempre pouco recomendável. Sabemos o que Sanchez pensa do assunto, mas não saber contornar um problema e exibir essa inabilidade não inspira grande confiança.Reprovável, esta atitude.
Fonte Euronews
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MAPA-MÚNDI | O mapa deste mundo será diferente não tarda nada. Não há alternativa à mudança. A diferença sempre esteve lá. Só falta inscrevê-la nos mapas e nas leis. O processo parece inevitável. Ou mudam, ou fervem cada vez mais em pouca água. Uns ficam mais pobres do que outros? Paciência, é a vida tal como ela é.
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FIDALGOS | Em tempos eu disse aqui que o Bacalhau à Brás do Restaurante Fidalgo é o melhor de Lisboa. Agora, esta peça coloca o que ali se faz entre as melhores coisinhas que se fazem no nacional rectângulo. Quem sou eu para desmentir tão rigoroso documentário!? Mas que não se fique por aí. O dito bacalhau é mesmo bom, mas tudo o que circula por aquela cozinha, concebida e dirigida pela Eugénia, é um gosto e é uma festa para o palato. Passo por lá desde que frequento o Bairro Alto, e mais recentemente tenho a sorte de trabalhar por perto. O Eugénio têm um dom especial para escolher os melhores vinhos. Há lá vinhaça de um ror de adegas, que ele aconselha conforme percebe o gosto ou vontade do cliente. Mas faz uma escolha específica de um lote de uma marca que promove como sugestão da casa. A DDLX Design Comunicação Lisboa embrulha a garrafa. Estamos agora nessa fase: o Eugénio Fidalgo já escolheu o vinho para os próximos tempos, e nós, na DDLX, estamos a conceber o rótulo. O vinho já provei. Na próxima semana forneço pormenores, com memória descritiva e tudo. Boa semana.
Fonte RTP
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MARIA ADÉLIA SILVA MELO | Há uns dias Peter Handke ganhou o Nobel da Literatura. Hoje, a tradutora de obras suas para português morreu. Com profunda ligação ao teatro, Maria Adélia Silva Melo foi tradutora exigente e excelente de textos de grande profundidade.
Em 1987 fiz a capa da ANGÚSTIA DO GUARDA-REDES ANTES DO PENALTY, imagem que acompanha esta missiva, utilizando um fotograma do filme de Wenders. Agora percebi que o meu nome figura na ficha técnica com o da tradutora agora desaparecida. Maria Adéila é irmã do meu amigo Jorge Silva Melo, a quem envio um abraço.

Por este motivo, o EM VOZ ALTA que deveria acontecer amanhã, na Casa Da Cultura | Setúbal, vai ser adiado para data a anunciar.
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MUDAR DE PELE | É completamente normal nos répteis. Tem a ver com a sobrevivência. A sobrevivência, quando atacada pela soberba, provoca o desespero. Há uma espécie de réptil no Brasil que precisa de mudar de pele.
Fonte DN
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HAROLD BLOOM | Sabia ler e sabia escrever. Mais: sabia ler e escrever muito bem. Fez literatura observando a literatura. Fez revelações que surpreenderam. Foi bom ler o que percebeu. Muito obrigado, senhor Bloom.
Fonte Público
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PARA RECORDAR | A Catia foi buscar isto a um baú empoeirado de mais de trinta anos, mas a abarrotar de coisas boas. Lembro-me tanto deste filmezinho. Que saudades. Tão bom. Bom dia.
(Paul Simon fez ontem 78 anos).
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FITAS E MÚSICAS | São filmes que falam com música. É cinema que é som ao vivo. É vida na tela e no palco. É arte viva. É o FILM FEST Festival de Cinema Musicado ao Vivo. Está a decorrer em Setúbal. E não é coisa que se perca. Até às próximas.
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EM VOZ ALTA | Desta vez é a novíssima poesia portuguesa a subir ao estrado. Jorge Silva Melo e Nuno Gonçalo Rodrigues vão dizer poemas de jovens autores portugueses. É bom perceber que há gente nova a tratar bem a língua de Camões e Pessoa. Próxima quinta-feira, na Casa Da Cultura | Setúbal.
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PÚBLICO ILUSTRADO | A edição impressa do jornal Público saiu hoje completamente ilustrada por artistas portugueses que fazem ilustração profissionalmente. A causa é a Abertura BIG - Bienal de Ilustração de Guimarães 2019. Festeja-se a ilustração em Portugal.

RATOEIRA | Muito sinceramente acho esta importância que se está a dar ao fascista de Loures excessiva. Os seguidores da criatura não lhe encontram defeitos. Só virtudes. Bebem-lhe as palavras e aplaudem as "atitudes". Ele sabe disso e porta-se como se a vergonha não existisse. Com a relevância que lhe é dada os fãs ficam numa excitação sem limites e multiplicam-se como ratos. São ratos. E já há muitos por aqui.

CONTRA A CULTURA E QUEM A APOIAR | O palonço do palácio do Planalto não quer Chico premiado. Chico considerou a afronta prémio e fez declaração de voto. Parabéns, senhor Chico Buarque. As condecorações valem o que valem, isto é, nada quando dependem da assinatura de um palonço.
Fonte Estadão

MORREU ROGÉRIO RODRIGUES | Foi um exemplar jornalista e analista político. Comunicava sem delongas, sem excessos palavrosos. José Afonso leu uma reportagem, no Diário de Lisboa, onde contava a história de uma mulher, visivelmente perturbada, que dançava nua numa rua da cidade, despertando a solidariedade dos populares que passavam e os instintos pouco recomendáveis de um fotógrafo em busca de sensação. O resultado dessa leitura foi uma extraordinária canção que se tornou referência na luta pela dignidade. No blogue Torre de Moncorvo, Rogério Rodrigues contou o que sentiu ao perceber a relevância do seu texto — publicado em anexo. Morreu agora. Era um grande jornalista. Mas sobre isso o Luís Osório já disse o melhor que pode ser dito. E eu digo: muito obrigado, Rogério Rodrigues.
Fonte Torre de Moncorvo, Blogue

PRÉMIO LITERÁRIO JOSÉ SARAMAGO | Afonso Reis Cabral venceu o Prémio Saramago. Conheço-o desde o tempo em que ele animava o blogue Janelar. Mirou o meu BlogOperatório e pediu ajuda para especificidades blogosféricas. O talento literário, esse, já por ali andava. Fico portanto contente por este reconhecimento — o livro é muito bom — e aguardo uma data para que se desloque a um Muito cá de casa. Isto apesar de ter estado muito recentemente na Culsete para falar com leitores. Não pude comparecer e tenho pena. Parabéns, Afonso. Até já.

NÃO ENTRES TÃO DEPRESSA NESSSA NOITE ESCURA | Já todos percebemos que os novos cromos que agora se sentam em S. Bento vêm do PPD e do CDS. Como estão com alguma saída — milhares de cromos votaram neles — é provável que, com as novas lideranças dos referidos partidos o discurso penda para os extremismos sugeridos pelos novos cromos. Em breve, a casa da democracia é capaz de ficar com uma chusma de gente que é contra ela. O fascista de Loures já assegura aos seus fiéis que daqui a oito anos será, de certeza absoluta, maioritário. Provavelmente com vontade de impôr partido único. Os fiéis comem tudo o que estes impostores lhes fornecem. Não ouvem a razoabilidade. A imprensa/tubarão vai ser maioritariamente mal frequentada. Corremos riscos. Muitos. Todo o cuidado é pouco.

O título desta publicação foi descaradamente roubado a António Lobo Antunes. Estava apropriado.

RESUMINDO E CONCLUINDO | A direita está nas lonas. Cristas desanda. Rio é grosseiro e mesquinho, como sempre. O novo eleito do Iniciativa Liberal é ressabiado antes de tempo. O Fascista de Loures vai parlamentar. É mais para lamentar. Os alarves da extrema direita preferiram o Ventura em vez do Lopes.
Vamos então falar de coisas sérias. Jerónimo foi digno e inteligente. Catarina foi efusiva, mas razoável. Costa foi esperto e prudente. O resultado do Livre foi justo e bom. Boa noite.

Tolentino Mendonça: "Ser cardeal é tão pesado como ser operário ou refugiado"Fonte VISÃO

CAMINHOS | Tolentino não precisa da minha defesa para nada. E não é essa a minha intenção. Mas estas frases propaladas assim a seco, retiradas do rumo da conversa, tiram-me do sério. Isto há muito que acontece. Provavelmente estes títulos são percursores das agora populares fakenews. Era bom que se lesse o texto antes de se divulgar o título com ganas de se deitar abaixo o homem. Digo eu, que não sou crente, nem para lá caminho.

REFLEXÃO | Parafraseando o que se dizia em relação ao outro: Eles não. Fim de citação.

PRETEXTOS PARA DIZER | Isto também lá vai com poesia. Tomem lá esta de Sophia.

Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças

Mas que diremos da longa tenebrosa e perita

Degradação das coisas que a direita pratica?

Que diremos do lixo do seu luxo - de seu
Viscoso gozo da nata da vida - que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?

Que diremos de sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?

Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?

Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto

Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?

Sophia de Mello Breyner

RÁPIDOS E SEGUROS | Em casamento com o FILM FEST Festival de Cinema Musicado ao Vivo, celebra-se no próximo sábado a cerimónia de abertura da exposição de Tó Trips, no Espaço Ilustração, da Casa Da Cultura | Setúbal. Até lá.

DIREITO AO TRABALHO | Foi com muito gosto e vontade que colaborámos nesta "união" do trabalho do professor Sérvulo Correia. São quatro livros com muitas páginas. Trabalho de uma vida tratado por nós, na DDLX Design Comunicação Lisboa, para as Edições Almedina.