QUEM QUER SER CAVACO SILVA | E Cavaco Silva, quem é? Bem, assim de repente é o Presidente de todos os portugueses. Foi eleito. Isso é importante numa república e em democracia. Os eleitores que nele votaram recompensaram-no pelo grande serviço prestado à nação enquanto foi primeiro-ministro. Formou governo quando amainou a crise que então arrasava a vida dos portugueses. Foi comparado à direita e à esquerda a Salazar. Os primeiros com alegria, os segundos com preocupação. Nunca se enganava e raramente tinha dúvidas. Não achava graça nenhuma a debates parlamentares. Não metia lá os presuntos. Há eleitores que gostam de políticos, perdão, de chefes assim. Providenciais. Como chefe do Governo abraçou o desenvolvimento. Deixou construir como se as torneiras europeias nunca mais deixassem de jorrar. Fundos comunitários apoiaram projectos milionários. Os bancos emprestavam às pessoas o que fosse preciso. Faziam campanhas publicitárias, pagas a ouro, para estimular o negócio. Falava-se em capitalismo popular, lembram-se? Uma parolice. O próprio primeiro-ministro Cavaco tirou bons dividendos para si e para os seus. Os amigos aviaram o cartucho até transbordar. Foram feitos cordiais acordos com os nossos parceiros europeus. Indústrias de relevo histórico nacional foram anuladas. Outros farão isso, nós desenvolveremos outros recursos. Quais? Logo se vê. Reformas estruturais? Isso é política politico-partidária. Deixemos os portugueses serem felizes. Que mal é que isso tem?
Agora, como Presidente, vestiu o fato errado. Não se sente confortável. Raramente fala e quando fala condena a política político-partidária. A política provoca urticária. O que interessa é o desenvolvimento do país, diz enquanto varre para debaixo do tapete os enleios pouco claros em que se meteu o primeiro-ministro do seu governo. Como se as políticas de desenvolvimento se fizessem sem política e sem partidos. Daqui por um ano vai-se embora. Por ter estado sempre ao serviço da nação, ficou com rendimentos reduzidos. Vai viver com as parcas reformas que provavelmente não chegarão para as despesas.
E nós vamos ficar sem ele. Que pena!
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Agora, como Presidente, vestiu o fato errado. Não se sente confortável. Raramente fala e quando fala condena a política político-partidária. A política provoca urticária. O que interessa é o desenvolvimento do país, diz enquanto varre para debaixo do tapete os enleios pouco claros em que se meteu o primeiro-ministro do seu governo. Como se as políticas de desenvolvimento se fizessem sem política e sem partidos. Daqui por um ano vai-se embora. Por ter estado sempre ao serviço da nação, ficou com rendimentos reduzidos. Vai viver com as parcas reformas que provavelmente não chegarão para as despesas.
E nós vamos ficar sem ele. Que pena!