sábado, 29 de junho de 2013

LIVRO DE RECLAMAÇÕES | Ontem quase atingi o desespero ao atravessar a zona do Terreiro do Paço. Na primeira vez para passar da zona de Santa Apolónia no sentido do inatingível Chiado. É muito raro fazer esta incursão no trânsito da manhã. Mas tinha que ser. À tarde voltei a repetir a graça, mas no sentido contrário. Tinha que ir de novo para a zona do Parque das Nações. E tinha que trazer o carro de volta, é claro. Pensei que não haveria problema, depois de passadas oito longas horas, tempo suficiente para a resolução do atropelo de trânsito que tanta chatice provocou a tanta gente. Engano. Tudo na mesma, ou pior, claro, com a aproximação da célebre hora de ponta. Consegui fugir são e salvo, e aqui estou para contar. Mas só aqui chegado percebi o que aconteceu. Então não é que eu perdi pelo menos três horas da minha vida para possibilitar uma estranha metamorfose? O Terreiro do Paço transformado em exposição-do-mundo-rural-português, em modo comercial de um supermercado, a que se associa o serviço público televisivo, e que conta ainda com a comercial presença de um cantor manhoso. Ele é nabos, cenouras, bróculos, vaquinhas e grunhidos estridentes e mais o caraças. Nestes momentos, lembro-me sempre da declaração que a personagem de Woddy Allen profere, perante uma mesa de sisudos inquiridores, nos últimos momentos do filme Testa de Ferro: vão-se todos foder.
Não tem nada a ver?! Tem, tem. O dasabafo é universal e dá muito jeito nestas ocasiões. Grande filme.

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