PENSAR | Parar a a leitura deste livro é difícil. Lê-se como um bom romance. É uma longa conversa entre Tony Judt e Timothy Snyder. Livro falado, portanto. Pretende discutir as ideias publicadas por Tony Judt. Judt tem editadas impressionantes e deliciosas histórias da esquerda francesa no pós guerra. Período fascinante em que intelectuais de toda a Europa e de outros continentes, conviviam em permanente discussão sobre a melhor maneira de levar a literatura a salvar o mundo.
Judt estava na altura das falas para este livro já muito debilitado fisicamente. Sofreu de Esclerose Lateral Amiotrófica, o mesmo mal que atingiu José Afonso (Há quem diga que a doença mina seres intelectualmente exclusivos, mas isso não é agora para aqui chamado). Snyder revela, nas páginas iniciais, em comovente descrição, a maneira como geria os encontros com o seu colega. Pensar o Século XX é uma reflexão sobre o passado recente e é também um norte para o futuro. Os tempos são difíceis, mas o diagnóstico existe: a avaliar a realidade que nos agride, e observando a ofensiva do neoliberalismo, o panorama que nos cerca é de grande violência contra as pessoas.
A resistência é fundamental.
A resistência é fundamental.
A capa ostenta uma frase promocional, retirada do The Guardian, que sintetiza bem esta obra: De forma extremamente eloquente, e aparentemente lembrando-se de todos os livros que já leram, estes dois historiadores encontram sempre algo pertinente e original para dizer sobre quase tudo.
Quem se esforçou em adquirir conhecimento e tem coisas para dizer, tem obrigação de partilhar com os outros o conhecimento que acumulou. Nunca se deveriam calar. Calados fiquem os idiotas.
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