quarta-feira, 3 de outubro de 2012


É A POLÍTICA, ESTÚPIDOS | Cohn-Bendit  e Guy Verhofstadt, actualmente deputados no Parlamento Europeu, resolveram manifestar a sua fúria. Muita gente, pela Europa fora, não fala de outra coisa. Por cá, há muito que se fala disto. Viriato Soromenho Marques, Pedro Santos Guerreiro e outros, têm-se esforçado. Louçã, em entrevista a Ana Lourenço, na SIC-N, também abordou o problema. O problema é mesmo europeu. Passos Coelho, na sua postura política de chefe de grupo, convenceu um grado sector do eleitorado, assegurando que para o fim dos nossos males bastava a remoção do anterior primeiro-ministro. Inundávamos os mercados praticamente no dia seguinte e, apesar de uns problemas causados pela despesa pública, o país entraria nos carris. Nos carris do neoliberalismo sem cara, disposto a entregar o país a agiotas sem escrúpulos. Foi a arruaça disfarçada de alternativa. 
Ora, o problema europeu só se resolve com os europeus. E, como defende Pedro Santos Guerreiro, era bom que os responsáveis se fechassem numa sala e pensassem nisso em vez de só se preocuparem com o euro. Quiseram-nos na Europa, não foi? Agora estamos cá para o bom e para o mau, mas todos juntos. É como nos casamentos. Se a dona Merkl quer divórcio, defina-se de uma vez por todas, para que o resto da família resolva a sua vida. Ou cabemos cá todos, ou a Europa é uma máquina de jogo que usamos quando nos convém. Definam-se. Só uma grande união nos pode trazer esperança. A austeridade, por si só, vai arrastar o desespero por muito mais tempo e sem um fim promissor à vista. Esta política não está a resultar. Não é possível que se insista em utilizar este tubo de ensaio com esperança no crescimento económico. E, sem crescimento económico não há soluções para os países europeus em dificuldades. As pessoas estão nas ruas a protestar. Os polícias também por lá andam, é claro. Isto não vai dar nada de bom. Passos, em atitude muito criticada por ele próprio a outros decisores, em outros tempos, foi a Bruxelas tratar da nossa vidinha, com Barroso e outros seus pares, como se nada disto estivesse a acontecer. Gaspar, logo à tarde, vai anunciar mais desgraça. O homem só sabe fazer continhas. Não é que as faça mal - faz as que lhe mandam fazer. Ele não é político e nunca lhe passou pela meninge que são outras contas que devem ser feitas. Estas não contam com as pessoas. Passam ao lado do que deve ser feito pelos "contribuintes". O que está em causa não é apenas o deve-haver orçamental. É a política, estúpidos.
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