Manuel Alegre tem razão. Está desconfortável na sua pele. Não se revê na actual liderança do seu partido. E tem deputados na AR que o seguem de perto: a irmã - que só por lá anda por ser mana de quem é -, mais uma ou outra, e a viúva Matilde, que nunca lá devia ter posto os delicados pés. No país, o poeta sente-se apoiado pelo milhão de votos que pensa estarem ainda à sua espera. Por muito menos, o PC apontou a porta da rua a destacados militantes. Também os motivos da despromoção de Joana Amaral Dias estão a milhas da gravidade das tropelias alegristas. Alegre sempre usou a política como utensílio doméstico familiar. E não percebeu o que aconteceu na história dos últimos trinta e tal anos com situações idênticas. Tem estado muito pouco atento à realidade. Numa altura em que tudo parece desabar, o homem insiste no luxo das "ideias" muito pessoais e na fulanização da política.
No meio da confusão só não percebo uma coisa: o que espera a direcção do PS para lhe lembrar tudo isto? É que nós, os do país real, já não percebemos o porquê de tanta mesura para com o trovador coimbrinha. Desistiu daquela ideia de partido? Parta para outra.
Já não há paciência para tanta serenata ao vento.