terça-feira, 16 de outubro de 2007
Adriano para sempre
Adriano calou-se. Já lá vão 25 anos. Não aguentou intransigências várias. Nunca lidou muito bem com a repugnante expulsão de uma cooperativa de animação cultural que ajudou a fundar. Conheci-o poucos anos antes de morrer. Uma vez, na Trindade, falou-me de desencanto e traição. Disse-me que estava cansado, mas que não se importava: "Já sou velho...". Velho, o Adriano. Tinha na altura 37 anos. Agora, há um grupo de jovens músicos que resolveu reconhecê-lo como grande autor da Música Portuguesa. E o Público vai fazer o favor de nos fornecer a obra gravada todinha.
Velhos caducos são os seus implacáveis punidores.
Adriano Correia de Oliveira nunca o foi.