Uma directora regional de educação demitiu um professor que por lá andava a dar aulas há perto de vinte anos. O motivo prendeu-se com o seu sentido de humor. O professor de inglês resolveu insistir em piadolas sobre o curso de Sócrates. A directora, defensora do respeitinho, achou aquilo um abuso. Resultado: o humorista foi para o olho da rua. Exagero? Claro.
Confesso que não me parto a rir com os gracejos em causa. Aliás, não tenho a mínima pachorra para anedotas e graçolas congéneres. Mas, neste caso, a gargalhada vai para a distinta directora. Será que não percebeu que passados tantos anos sobre o fim do outro Estado, o pessoal já não tem que achar os dirigentes políticos intocáveis? Já lá vai o tempo em que eram intocáveis patifes.
Vasco Pulido valente, no seu estilo menos rigoroso, diz, ontem no Público, que nem no tempo do tal Estado as coisas eram assim. Eduardo Pitta e José Medeiros Ferreira já lhe contaram as suas histórias. E não faltaria por aí quem tivesse exemplos para lhe apresentar.
Seja como for, não é a esse tempo que queremos voltar, pois não?