quinta-feira, 22 de junho de 2006

Ainda o prémio Pessoa

Ainda Luís Miguel Cintra:

O teatro não é uma arte individual, é uma arte colectiva. No teatro não se pode trabalhar sozinho. E ainda bem. O teatro ensina a viver. A viver com os outros e para os outros. Dura pouco. O teatro é efémero, eu sei, e não pode traduzir-se em propriedade ou património. Mas não é mais efémero do que a própria vida dos homens, e é, como actividade colectiva, um lugar importante de encontro da sociedade consigo mesma e assim trabalha para a História.

Cintra não esqueceu, nesta intervenção, quem com ele trabalhou ao longo deste tempo em que o teatro, o cinema, a ópera e tanta viagem pelo mundo desconhecido da criação, o fizeram como homem e artista. Muito nome se cruzou nesse enriquecimento. Jorge Silva Melo, que com ele fundou a Cornucópia, Cristina Reis, claro, Glicínia Quartin, Gastâo Cruz, Ruy Belo, Sophia de Mello Breyner, Manuel de Oliveira, João César Monteiro, Paulo Rocha, José Alvaro Morais, Pedro Costa, João Paulo Santos, Luiza Neto Jorge, enfim, um ramo de gente de primeiríssima qualidade, que com o que sabem fazer, fazem melhores os nossos dias. Parabéns a Luís Miguel Cintra, pelo prémio e pelo excelente discurso.
JTD