quarta-feira, 22 de março de 2006

Nuno Júdice na Culsete

Plano

Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.

Nuno Júdice Texto

Nuno Júdice vai estar na Culsete, no próximo sábado. por volta das quatro e meia da tarde.
A grande qualidade da obra deste poeta justifica uma visita a este lugar de divulgação cultural, gerido pela Fátima e pelo Manuel Medeiros. Lá estaremos.
JTD

Culsete Avenida 22 de Dezembro, n.º 23 A/B, Setúbal