quarta-feira, 15 de março de 2006

Gil Vicente contemporâneo

O "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente, está com roupa nova. O TAS, em muito boa hora, resolveu mudar completamente a peça que estreou há anos. Pompeu José assina a adaptação dramaturgica e partilha a encenação com Carlos Curto. Deste casamento nasce uma "barca" nova, sem enleios, nem excessivas manigâncias. Três actores fazem a dança. E é de dança que nos lembramos ao depararmos com a elegância expressiva que nos absorve. Representação vicentina envolta em cobertura contemporânea, colocando este texto de uma realidade abarcante na realidade dos nossos dias. Três actores que se desenrolam em metamorfose constante como casulos que se desdobram em várias interpretações de contrários.
Cenografia assombrosa. Figurinos deslumbrantes e eficazes. Representação soberba.
Como Gil Vicente gostaria de assistir a esta encenação do seu trabalho.
Exagero? Se o quiserem confirmar, façam favor de ir ao Forum Luisa Todi, em Setúbal, no próximo dia 24.
Espectáculo integrado nas comemorações do Dia Mundial do Teatro.
Melhor forma de comemorar esta data, assim de repente, não me lembro.
JTD

Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente
Teatro Animação de Setúbal
Adaptação - Pompeu José
Encenação - Carlos Curto e Pompeu José
Cenografia e design gráfico - Luís Valido
Figurinos - Lucília Telmo e Rita Carrilho
Interpretação - Sónia Martins, Duarte Victor e Miguel Assis.