segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

O gosto dos outros

Vasco Pulido Valente aludiu ao assunto no coluna de ontem, no PÚBLICO.
Em entrevista à RTP, Cavaco disse: "Duas pessoas sérias com a mesma informação têm inevitavelmente que concordar". Referia-se à sua possível futura relação institucional com Sócrates.

Pulido Valente comenta: "Disse isto com toda a naturalidade e convicção, como quem declara uma evidência. sem uma reserva ou a mais leve sombra de ironia. Acha mesmo que sim: que duas pessoas só podem discordar por ignorância ou falta de carácter. Para ele, a verdade é unívoca e, pior ainda, não custa nada estabelecer. O fanatismo nunca falou por outras palavras e quem conserva um reflexo de independência e liberdade com certeza que as reconheceu pelo que elas são: a raiz da mais cega e absoluta intolerância".

É este o candidato que a direita quer colocar em Belém. Um homem que se diz para além da política, mas que faz política como se houvesse apenas uma razão para fazê-lo. A Cavaco não interessam os debates porque não lhe interessam para nada as opiniões dos outros. Seria tudo mais simples com a simples nomeação de um presidente do conselho. E então, lá estaria ele, munido de toda a informação e seriedade.

Como diz Vasco, na sua crónica, "Se não o aprovarmos, quem somos? Malandros de nascença? Uma cambada de patetas? Quem quiser que escolha":
JTD