Circulou neste sábado no noticiário internacional a notícia de que o homem executado sexta-feira pela polícia londrina no metro da capital inglesa era um cidadão brasileiro que não tinha rigorosamente nada a ver com os atentados ocorridos no dia anterior e há duas semanas atrás. Jean Charles de Menezes, natural da cidade de Gonzaga, Minas Gerais, tinha 26 ou 28 anos e há cinco vivia em Londres, onde se encontrava em situação regular, com trabalho e residência fixos. As circunstâncias que envolvem o episódio ainda não foram devidamente explicadas pela polícia londrina, mas o ocorrido, o assassinato de um inocente à queima-roupa em função de uma mera suspeita, só nos pode deixar perplexos e indignados. Então é esse o método inteligente por meio do qual a polícia inglesa espera combater o terrorismo e proteger a população?! Ao que parece, a atuaçao daquela corporação só tem primado pela incompetência (antes) e pelo histerismo (depois). Notícias veiculadas após os atentados de há quinze dias atrás dão conta de que a polícia inglesa falhou ao não considerar alguns indícios que poderiam ter evitado o ocorrido. Após os incidentes desta última quinta-feira, a população presencia uma sucessão de medidas (investigação e perseguição sobretudo a estrangeiros) que, ao invés de trazer segurança, disseminam estereótipos e preconceitos, ajudando a reforçar a rejeição aos estrangeiros. Segundo notícia publicada no jornal O Globo online, o brasileiro foi morto quando estava indo para o trabalho. Ele teria sido alvejado pela polícia britânica, a Scotland Yard, porque sua roupa e comportamento levantaram suspeitas da polícia. Logo depois, a polícia reconheceu que o homem não tinha ligação com os atentados. O DN online publicou trechos do comunicado da polícia: "O facto de alguém perder a vida nestas circunstâncias é uma tragédia que a polícia lamenta", precisando que o homem tinha saído de um imóvel "vigiado pela polícia", tendo sido "seguido pelos agentes até ao metro". E justifica "A sua roupa e atitude reforçaram as suspeitas" de que poderia ser um suicida.
Realmente, estranho mundo este em que vivemos, no qual alguém pode ser considerado suspeito pela roupa que veste
ALF