segunda-feira, 4 de julho de 2005

Circo autárquico

Ou muito me engano ou a campanha eleitoral para as autarquias locais vai atingir níveis nunca antes alcançados.
Basta olhar para as listas propostas e seus apoios para perceber-mos que o circo se aproxima.
Falo das zonas onde circulo: Lisboa e Setúbal, mas poderíamos alargar a festa a Oeiras, Gondomar ou Amarante, só para mencionarmos as mais mediáticas.
Gostava, contudo, de insidir sobre a campanha na minha área geográfica.
Assim: em Lisboa o desespero está a atingir o decoro de Carrilho. Dispara em todas as direcções. De um candidato com a dimensão cultural do professor esperava-se mais. As atitudes que exibe são próprias de políticos vulgares. Provincianos.
Em Palmela é anunciada com pompa a candidatura de Octávio Malvado, perdão, Machado. E quem se disponibiliza para o apoiar? Edgar Costa, ex-presidente da autarquia eleito pelo PCP, Jaime Pacheco, treinador de futebol, conhecido pela sua constante actividade cívica e política, e o fabuloso, o extraordinário, o cidadâo superior - Toy. Esse mesmo, o destemido cantor de intervenção, como já foi chamado por um orgão de informação da câmara de Setúbal, vai apoiar o candidato do PSD em Palmela. Mudou de ideário político? Nada disso, como ser superior que é, apoia quem quer - Em Palmela o inenarrável Octávio. Em Setúbal Carlos de Sousa, apostando na continuidade.
Agora a sério: o que está em causa não é a criatura apoiar quem quer, mas sim como é que alguém com a mínima formação cultural (deve ser mesmo mínima) requer o seu apoio. Esperemos que em Palmela não tenha oportunidade para dizer o que disse após o resultado das anteriores eleições camarárias, atribuindo a si próprio a maioritária votação na CDU. Claro que é muito pouco provável, mas não deixa de causar um arrepio imaginar Octávio Malvado, perdão, Machado, eleito como autarca. Livra!
JTD