quarta-feira, 13 de abril de 2005

Se perguntarem por mim, não estou.


No seu 30º aniversário, o TAS estreia amanhã, 14 Abril, a sua 98º produção, A peça SE PERGUNTAREM POR MIM NÃO ESTOU, é de um dos escritores mais importantes da literatura portuguesa contemporânea, Mário de Carvalho. A encenação é assinada por Duarte Victor, e estará em cena no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, de quinta a sábado às 21.30h e domingos às 16.00h, até 22 de Maio.

Fazem o espectáculo:
Actores Célia David, José Nobre, Isabel Ganilho, Carlos Rodrigues, Fernando Guerreiro, Maria Simões, João Gaspar, Susana Brito.
Encenação Duarte Victor.
Assistente de Encenação Miguel Assis.
Imagem José Teófilo Duarte.
Sonoplastia e banda sonora Miguel Ramos.
Luminotecnia António Rosa.
Montagem e Contra-regra João Carlos.
Produção executiva João Gaspar.
Assistente de produção José Santos.
Montagem em vídeo Filipa Machado.
Adereços Zé Nova.
Guarda-roupa Mercedes Lança.

Em Se perguntarem por mim, não estou, entre os habitantes de um prédio de habitação surge a suspeita de que um tigre anda à solta dentro do edifício. A confrontação dos seus habitantes com a situação, o pavor que provoca a presença nunca materializada desse estranho herói e a revelação dos traços psicológicos de cada personagem provocada pelo terror servirão de base à construção de um paralelismo entre a ridícula e particular experiência do grupo e a terrível e histórica experiência do nazismo. O teatro será assim uma forma (parábola?) de dimensão humana para falar de valores, ideias que transcendem o comezinho evoluir dessa mesma humanidade.
Caminhos da escrita dramática em Portugal no final do século XX. Maria João Brilhante

Os morcegos têm má visão e andam sempre a entrar onde não devem! Uma noite, um morcego entrou na cova duma doninha que era uma grande comedora de ratos. E vai a doninha e diz-lhe: «Que bom, olha um rato, vou comê-lo.» E o morcego respondeu: «Não vês que tenho asas? Onde é que tu viste um rato com asas? Eu não sou um rato, sou um pássaro!» E a doninha, que não gostava de pássaros, deixou-o ir embora. Mas o morcego, atarantado, foi ter a um buraco de árvore em que havia um gavião. O gavião adorava pássaros, e diz: «Olha que boa coisa, um passarinho que vem mesmo a calhar!» Mas o morcego respondeu: «Essa é boa! Passarinho, eu ? Olha para este pêlo, tão liso e tão macio! Onde é que tu vês as penas?» O gavião disse: « É verdade, não tem penas ... não é um pássaro.» «É evidente que não», respondeu o morcego, «eu sou um rato.» « Bah , detesto ratos», respondeu o gavião. E deixou o morcego ir-se embora... Eu sou assim... Numas circunstâncias... sou uma coisa; noutras , sou outra... Assim tenho evitado as chatices. Enfim... algumas...
Texto da peça