sexta-feira, 1 de abril de 2005
Rogério Ribeiro
"A necessidade do discurso, a vontade de compreender, pelos códigos da linguagem plástica, o uso colectivo das mensagens que podem ser partilhadas. Não se trata de descer ao slogan ou à redução panfletária dos signos: trata-se de procurar conferir ao mundo das formas um carácter ao mesmo tempo poético e poeticamente operativo".
Estas palavras de Rocha de Sousa sobre a pintura de Rogério Ribeiro foram escritas em 1981. Hoje fazem parte de uma arqueologia dos códigos de expressão sobre pintura. A obra que Rogério produz actualmente pode parecer estar a milhas deste conceito, mas na sua essência, todos os códigos referenciadores estão lá.
Esta definição, que marcou de certa forma tudo o que o pintor fez até finais dos anos noventa, são hoje referências de catálogo. Isto porque a evolução do pintor, na sua relação com os sinais do seu tempo, é evidente.
Rogério Ribeiro vai inaugurar amanhã, na Galeria Municipal - Convento de S. João, em Montemor-o-Novo, uma nova mostra intitulada simplesmente "Desenho", que, na minha opinião, é do melhor que o artista fez nos últimos tempos, e que se inscreve num exercício da expressão estética extremamente contemporâneo. Desenho liberto de preconceitos catalogadores, amadurecido pela descontracção que a tarimba da muita experimentação fornece aos mais atentos. A exposição inaugura às 16 horas de sábado, e estará patente até 7 de Maio. Montemor-o-Novo é já aqui, em Portugal. E esta exibição é de altíssimo gabarito. JTD