terça-feira, 9 de setembro de 2025

O Diogo Ferreira escreveu a História da Freguesia do Sado. História de um sítio com muitas histórias para contar. Histórias alegres e histórias tristes. São as histórias locais que fazem a História do Mundo. É o que pretendo justificar como editor. Esta história deste local conta lutas, alegrias, vitórias e derrotas. É costume dizer-se que só é derrotado quem desiste de lutar. É verdade. Este livro conta histórias com frescura, com alegria. São histórias de gente que conhece o chão que pisa. Gente que vive com a autenticidade da verdade. 

José Afonso disse uma vez, em entrevista a Viriato Teles: "E nós, neste país, somos tão pouco corajosos que, qualquer dia, estamos reduzidos à condição de ‘homenzinhos’ e ‘mulherzinhas’. Temos é que ser gente, pá!". Ora, quem vai animar a festa é, nem mais nem menos do que Vitorino, um dos companheiro de músicas e outras intervenções de José Afonso. Vitorino conhece bem os ambientes que nos rodeiam. Canta-os como ninguém. Aponta problemas, denuncia maldades, conta histórias de traição e ódio, sempre contra o ódio. 

Vitorino participou numa das sessões "dois dedos de conversa com... "que organizámos no Círculo Cultural de Setúbal (situado no local onde hoje é a Casa da Cultura), no dia 31 de outubro de 1981. Já lá vão 41 anos. As imagens junto a este badalar mostram o cartaz e uma fotografia da dita sessão, da autoria de Jorge Santos. Vai ser um gosto recordar estas andanças com Vitorino.

E pronto, perdoem-me estes desabafos que convocam a saudade — sem saudosismo —, mas isto é mesmo assim: recordar o que de bom nos acontece faz-nos acreditar no que está para vir. Nem tudo pode ser mau, como querem os novos fascistas. A democracia vencerá. Estes testemunhos escritos mostram que é todos os dias que se faz a nossa história. A luta pela felicidade faz-se com alegria.

O lançamento/concerto é na próxima sexta-feira, dia 12 de setembro, no Moinho de Maré da Mourisca. Os participantes estão aí escarrapachados no cartaz. Participo diretor de arte e editor do livro. Agradeço em especial a Marlene Caetano, de quem partiu a ideia para a publicação do trabalho e a Diogo Ferreira, autor que investigou e fez a história. A história está muito bem contada. Tem histórias bonitas, esta História. O Poder Local Democrático deve ser apoiado como um dos orgulhos da nossa vida em liberdade. Vamos celebrar essa conquista. Até já. Sempre.

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