Ao invés do expectável, assistimos a um verdadeiro desfile de vaidades. A grande capacidade de resolução do problema foi a grande vedeta desta tristeza profunda. Até assistimos a declarações destas: "somos campeões do desencarceramento", "somos os maiores nas perícias", e até houve um idiota ligado ao turismo e à sua promoção — pessoal e do dito — que falou no "lado bom" destes casos - "fala-se do país no estrangeiro". Ressalvo destas alarvidades auto-elogiosas os reparos aos comportamentos dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, mas esses a gente sabe que merecem todos os reconhecimentos, e não precisam para nada de elogios desta gente que quer anular o sistema.
Moedas diz que Bogas tem que averiguar, e Bogas diz que já mandou alguém fazer isso. E ficamos assim. Como se estes dois opinadores de serviço, não tendo respostas para dar, não tivessem a obrigação moral e política de apresentarem a demissão, com a promessa irrevogável de não voltarem a esse local onde foram tão infelizes. Pelo contrário, desdobram-se e contorcem-se em manobras de malabarismo verbal barato. A incompetência alia-se à desfaçatez e à falta de vergonha. Estes políticos de meia-tigela, que se inscrevem na direita cada vez mais extrema, comportam-se como um um vulgar valdevinos a quem deram um fato e uma gravata e sentaram numa cadeirinha que tem rodas e que abda para trá, para a frente e para os lados. Estão encantados com esta sorte. E depois vão à missa agradecer a dádiva. Tenham juízo e um pingo de decência. É o mínimo, porque respeito por vocês já não temos.
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