segunda-feira, 14 de julho de 2025

O Jornal de Letras

Parece que o JL vai acabar. Como frequente consumidor de informação escrita, tive no SE7E e no JL os meus primeiros entusiasmos. Até ali não havia imprensa com preocupações culturais a sério. Comprei os primeiros exemplares do JL e guardei-os até hoje. As primeiras páginas eram magníficas — as imagens junto não me deixam mentir — porque eram "resolvidas" pelo mestre João Abel Manta, que estendia a colaboração pelo interior. Foi um dos jornais mais incríveis graficamente. Lembro-me de muita coisa que percebi ali pela primeira vez. 

 Também me lembro do período posterior em que António Mega Ferreira foi chefe de redação. O grande rigor estético manteve-se. Foram convocados novos artistas, foram reforçadas colaborações. Lembro-me da iniciativa "novos-novos" que dava visibilidade aos artistas emergentes. Muitos "nasceram" ali. E, claro, destaca-se o heroísmo de José Carlos de Vasconcelos, diretor desde a primeira hora, e que conseguiu manter o empreendimento até não poder mais. 
 
Toda a imprensa escrita está em crise. Os suplementos culturais vão sendo banidos dos jornais. O Público ainda vai aguentando o Ypsilon e tem páginas culturais no seu miolo. Mas parece que escrever e ler está fora de moda. Será que esta moda, como todas as modas, vai passar um dia? A ver vamos, lá dizia o cego..
Parabéns, José Carlos de Vasconcelos. Muito obrigado, jornalistas e colaboradores do JL. A Cultura vencerá.
facebook