sábado, 21 de junho de 2025

Três fósforos

 Falamos de um rapaz do campo que, refugiado na grande cidade, é preso por roubar uma chouriça. Falamos da angústia de alguém que nunca se imaginou privado de liberdade. Falamos de um texto teatral que denuncia ironizando. Teresa Rita Lopes escreveu esta pérola da língua portuguesa. Quem tão bem conheceu a obra de Fernando Pessoa percebe com toda a certeza a dualidade que se revela na vontade de resistir ao atropelo vivendo-o intensamente.

Fui convidado pelo Duarte Victor para resolver tudo o que permite o primeiro olhar promocional. Olhar e ver, perceber o que se vai ver. Desenvolver ideias para o cenário, figurinos e design de equipamento e também de comunicação. Difícil? Depende. Peguei na ideia que me moveu para o projecto LES MOTS, desenvolvido para Montpellier, em março de 2023, e que prevê mostras futuras. Mas como vivo no presente — "Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho", escreveu Fernando Pessoa na voz de Bernardo Soares — aplico aqui a experiência. É um privilégio trabalhar a partir de um texto de Teresa Rita Lopes depois de ter usado palavras de José Afonso. Privilégio de ter vivido no tempo de duas grandes figuras da cultura contemporânea. Esta peça será a primeira homenagem póstuma pública que é feita a Teresa Rita Lopes. Estreia dia 27. Recomendado.
TRÊS FÓSFOROS, de Teresa Rita Lopes.
Encenação: Duarte Victor.
Direção de imagem: José Teófilo Duarte.
Atores: André Moniz, Duarte Victor, José António, Luís Brandão e Miguel Assis.
Teatro de Bolso - dias 27, 28 e 29 junho. 4, 5 e 6 @julho.
Sexta e sábado: 21:30 horas. Domingo: 16:00 horas.
M/12
Bilhetes à venda na BOL — www.bol.pt
Teatro de Bolso — R. Dr. Aníbal Álvares da Silva 9, Setúbal Contactos — 932 563 905 / geral@tas.pt
 



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