quinta-feira, 1 de maio de 2025

Um dia diferente

Há quem vá festejar o Primeiro dia de Maio, dia do trabalhador, ouvindo um cantor manhoso no sítio onde reside oficialmente um primeiro-ministro manhoso. Percebemos os pontos em comum entre um e outro, para além dos implantes capilares. São culturalmente parolos. Mas também a UGT escolheu música de arrebimba o malho. É o inenarrável Toy o animador musical. Num lado e noutro a música, essa coisa tamanha, vai para outro lado, com toda a certeza.

Vamos lá a ver: o 1º de Maio tem de ser outra coisa, e não esta parvoíce que está na pele e na cabeça do vigarista de bairro de São Bento e na direcção da central sindical que parece rendida ao gosto parolo. Felizmente existem ainda outras maneiras de festejar o dia do trabalhador. Conviver na Alameda Dom Afonso Henriques parece-me uma proposta de muito bom gosto.
Neste dia, recordo também outro meu amigo que estaria na Alameda se ainda cá estivesse: Miguel Portas. Faria hoje 67 anos. Estivemos juntos em tanta vontade de fazer diferente. Saudade.
Também me lembro sempre de outro amigo. Lembro-me sempre dele nestes momentos de defesa da cidadania e cultura: José Afonso. Foi ele que escreveu a frase inserida neste cartaz — Qu' importa a fúria do mar... —, na canção Maio Maduro Maio, do álbum Cantigas do Maio.
Viva o 1º de Maio. Viva a política séria e a cultura exigente. E eu até sou pouco dado a "vivas!".