terça-feira, 11 de março de 2025

Votar não é pecado, senhores comentadores

Comentadores e analistas mais específicos andam muito preocupados com o nosso cansaço colectivo. O povo está farto de eleições, dizem, a propósito deste imbróglio que Luís Montenegro criou.

São muito engraçados, os comentadores. Devem pensar que somos todos parvos e não sabemos o que fazemos quando entramos no cubículo do voto. As pessoas que prezam a democracia não se importam nadinha de ir colocar o papelinho dobrado na urna tira-teimas. Quem não gosta de eleiçôes são os fascistas. Esperemos que quem neles votou não repita a estupidez. Esperemos que desta vez fiquem ali aos berros menos do que os cinquenta actuais. Os comentadores podem dar uma ajuda. Comentem com asserividade e não os respeitem. Os fascistas não se respeitam; combatem-se. Há ainda outra recorrente opinião afirmada pelos senhores comentadores: vamos lá dizer isto de maneira que as pessoas lá em casa percebam. Lá está: pensam que cá em casa ninguém sabe ler e escrever. No dia das eleições vamos sair de casa e dizer aos senhores comentadores e aos seus políticos ajustadores de políticas de direita que não precisamos que nos digam muito devagarinho como as coisas são. A gente percebe, e não precisamos das vossas explicações para nada. Votar contra estas políticas de direita é uma das maneiras de participarmos na vida do país. De termos voz. Quem precisa de dar explicações devagarinho e de maneira que se perceba é Luís Montenegro.