Provavelmente quem diz que Trump não é fascista tem razão. Vejamos. O fascismo nasceu em Itália e por lá morreu, dizem os "historiadores" que nos pretendem desmentir. O problema está no reconhecimento desta morte. O fascismo morreu? Onde está a certidão? O fascismo, antes daquele colapso que sofreu em Itália, já se tinha expandido pelo mundo. E agora, com Meloni voltou em força. Também Portugal aturou um bando de fascistas corruptos admoestados por Salazar, o "não-corrupto" que permitia os atropelos causados pelos seus cães de guarda para se aguentar no poder. Salazar mandava prender, torturar, censurar, apagar, porque assim tinha o bando de corruptos na mão. Estes biltres que manipulam e reprimem têm um nome. Habituámo-nos a chamar-lhes ditadores.
O que se passou em Espanha, Brasil, Chile, Argentina e em outros sítios caídos nessa desgraça, foi uma aplicação das regras dos velhos fascistas, mas com adaptações circunstanciais. Houve um "fascismo à portuguesa" e houve outros fascismos consoante os folclores regionais. Todos diferentes, mas todos com objectivos iguais. Houve um tempo em que estes biltres começaram a ser varridos das carpetes do poder. A diferença entre esquerda e direita percebe-se bem quando recordamos o que então aconteceu. A esquerda aplica ideias que combatem os fascismos e fazem avançar a tolerância e põem a inteligência acessível a todos. Promove direitos e apoia os de baixo. A direita promove o egoísmo. Entrega tudo a quem já tem muito e retira tudo aos que conquistaram direitos e alguma qualidade de vida. Dizem que tem de ser assim para a economia funcionar.
Trump, Musk e Vance actuam segundo o catecismo do neoliberalismo mais vil e agressivo. Não respeitam avanços civilizacionais e aplicam o que a agenda que adoptaram dita. Despedem gente que trabalha bem — funcionários, cientistas e professores que percebem o que está a acontecer —, retiram apoios justos a quem precisa, deportam emigrantes decretando-os criminosos e entregam-nos à mais vil tirania. Trump é um ditador. A democracia já não mora ali. Musk e Vance são os novos fascistas que querem controlar o mundo. Sim, a agenda desta gente repugnante é a do fascismo para este novo século. As acções adaptam-se aos novos tempos. Musk tem um exército multimédia que alastra a mentira e a indignidade. Vance e Trump têm a mioleira cheia de ódio. Só sabem e só querem odiar.
Trump ultrapassa todos os dias o gigante da história — GIGANTRUMP — que o Daniel Tércio e o João Tércio publicaram. A realidade ultrapassa negativamente a ficção a uma velocidade que assusta. Estamos assustados, mas não vamos deixar de reagir. O susto não pode apagar a nossa vontade de combater este novo fascismo. E todas as acções são válidas. No próximo dia 27 vamos falar deste filme pornográfico que está a passar em sessões contínuas nos Estados Unidos da América e no mundo. A Dora Patalim e a Rosa Azevedo vão falar do livro, e o livro vai ser o pretexto para falarmos disto tudo. Apareçam.