O país que representam já está instalado no parlamento por este partido. Estão lá os deputados representantes do povo estúpido que nem um pneu furado, os juristas que ensinam empresas a fugir dos impostos como o diabo da cruz, os que querem presépios e avé-marias em cada virar de esquina, os que batem na mulher e os que agridem os putos que jogam futebol na equipa que ousa ganhar à dos seus filhos, e ainda os que têm problemas mais grados com a justiça. Também lá estão representadas as mulheres que odeiam feministas. Enfim, toda a gente parva está ali representada. Faltava um representante dos carteiristas. Como é um partido que cresce como erva daninha, em vez de um carteirista arranjaram um "malarista". A profissão inventei agora mesmo e refere-se a uma palavra construída que alia a designação das ditas malas à actividade do referido meliante vigarista que as guarda como sendo suas. Não queremos cá nada de vulgares carteiras. Assim sempre se encontram materiais de outra dimensão estética e financeira. Mas a alteração do sistema ainda privado do partido fascista leva também os representantes do povo estúpido a dizer ao que vêm sem qualquer peia. O líder do partido fascista lá da ilha de onde vem o "malarista" diz que o seu colega está inocente e denuncia mesmo a ousadia mentirosa dos jornalistas. Merecem violento castigo, sugere. De facto é assim que pensam estes amigos do povo estúpido. Quem denuncia é que merece castigo. Era assim antes de Abril de 1974. É assim que querem que volte a ser. O "malarista" contacta e projecta acções de bom comportamento fascista com nazis nacionais e de outros territórios, e, ameaça em gravação vídeo, todos os antifascistas, e todos os democratas que não estão de acordo com as suas boas intenções, com penas severas de prisão. Sugerindo mesmo ampliação de prisões que é para cabermos lá todos, enquanto ele exerce a sua honesta ocupação de desviador de malas dos tapetes rolantes dos aeroportos.
Imagem: Irmãos Metralhas, Disney