segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Todos diferentes, todos iguais


Esta frase não deve ser para aqui chamada, dirão alguns. Deve, deve, digo eu. Há coisas que, não correspondendo ao que queremos, ao que achamos melhor e mais frequentável, parecem ser farinha do mesmo saco.

Mas há coisas que fazem alguma diferença. A excelsa vontade de mandar, o gosto duvidoso, a anti-cultura, a apologia do macho superior que quer a mulher no seu lugar, mesmo que ela não queira, a vontade de correr com quem é diferente são ajustes de uma vontade que não interessa a ninguém. Mesmo a quem acha que isto é tudo igual. Eles querem é tacho, dizem. Pois é, mas até os tachos são diferentes. Há os que servem para cozinharmos. Adoro-os. E há os que servem para que alguns se governem. Combato-os. Geralmente são estes defensores do seu tacho — há quem lhes chame valores ocidentais e mais o diabo que os carregue — que mais vociferam contra os tachos, antes de terem um. Tachos há muitos, mas não são todos iguais. Há uns mais iguais do que outros.