sábado, 26 de outubro de 2024

Receituário

AS PALAVRAS, A MÚSICA, A ATITUDE | Vou participar no CONGRESSO INTERNACIONAL JOSÉ AFONSO, neste domingo, a partir das seis da tarde. Gosto sempre de falar de José Afonso, mas gostei muito mais de falar com ele. Conheci o seu trabalho antes de saber que ele morava em Setúbal, muito perto da casa dos meus pais, onde eu então morava. Ouvir "Vejam bem", e todas as outras músicas do álbum "Cantares do Andarilho" abriu-me a cabeça e os olhos. E até hoje fiquei nesse estado: cabeça e olhos abertos.

A audição daqueles sons diferentes de tudo o que até aí me tinha passado pelas orelhas provocou-me uma insistente curiosidade intelectual e um profundo desprezo pela música romântico/sexista que os cantores manhosos então trauteavam. Perdi a pachorra para a foleirada vigente. Ganhei vontade de perceber o porquê daquela diferença. Percebi a genialidade. A intemporalidade da obra de José Afonso marca os nossos dias. As recentes reedições provam-no.
O conhecimento pessoal de um ser humano que é uma referência na cultura e na atitude cidadã foi um privilégio. Hoje vou conversar com o Henrique Guerreiro e com a Luísa Ramos sobre os tempos em que convivemos com José Afonso na cidade e não só. Temos coisas para dizer, garanto. O que for soará. Até já.

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