A FNAC resolveu promover nove discos em vinil que estavam fora de circulação. Alguns gravados antes, outros depois de Abril. Chamaram à iniciativa "Sempre!". E que boa iniciativa. Pretendem assim premiar e celebrar a intemporalidade. Convidaram nove artistas da actualidade, e em actividade, para fazerem a escolha promocional dos nove discos a divulgar. Concordo particularmente com Ana Lua Caiano. A linhas tantas diz isto, na brochura que assinala a coisa:
"A música é, entre outras coisas, um puzzle orgânico entre palavras e melodia. E José Afonso domina esse puzzle com uma mestria incrível: cada nota e sílaba que José Afonso canta parece funcionar como uma célula que só pode estar no sítio onde está e em mais nenhum sítio".
Tão verdadeiro. Tão assertivo. Tão bom.
O triplo álbum "José Afonso ao vivo no Coliseu" já está à venda. Ao ouvi-lo, percebemos o que Ana Lua percebeu e percebemos ainda a onda de solidariedade e também de intemporalidade que inundava a existência deste artista único que escolheu o nome artístico de José Afonso.
Muito obrigado, Ana Lua Caiano. E parabéns pelo teu bom gosto, e também pelas tuas já confirmadíssimas qualidades musicais e intelectuais.