domingo, 10 de março de 2024

Com as minhas tamanquinhas


A campanha eleitoral que deu nisto, foi completamente diferente da campanha eleitoral que deu naquilo que aconteceu nas últimas eleições. Assistimos a uma campanha mais agressiva, no mau sentido, devido à intervenção troglodita do troglodita do partido neofascista Chega. Ontem, dia de reflexão, abordei aqui a intervenção musical de apoio ao troglodita por parte do troglodita Quim Barreiros. Contei uma história que desvincula Quim Barreiros de José Afonso, já que cada vez que se fala das tontices do boçal das cantigas idiotas, vem logo a imprensa "séria" associá-lo a José Afonso, por causa da sua participação no álbum "Com as minhas tamanquinhas". Contei aqui o que José Afonso me contou: ele pediu à produção alguém que tocasse aquele instrumento como ele queria que fosse tocado, só isso. A produção foi buscar Quim Barreiros porque ele dominava o instrumento de maneira que, para o que José Afonso pedia, servia. Acontece que, Quim Barreiros, pantomineiro como sempre, disse um dia que "o Zeca lhe ligou às 3 da manhã para ir gravar". Foi aqui esclarecido que quem ligou foi Moreno Pinto, excelente técnico de som que percebeu que poderia ser o pantomineiro a dar som ao instrumento. 

Pois bem: a minha aversão àquilo a que Quim Barreiros chama música popular é enorme. Esse sons provocam-me uma irritação brutal. Assistir a ataques a José Afonso por ter convidado Barreiros puxa-me o vómito. José Afonso nada tem a ver com Barreiros. Está a milhas da compreensão cultural do que entende por música Quim Barreiros e todos os imbecis que emitem sons misóginos, sexistas e imbecis. Acontece que fui insolentemente atacado por uma chusma de "distraídos" que confundem atitude com má educação. É a pouca educação democrática, que não conhece opções culturais, a revelar uma efectiva má educação. Ter atitude não é má educação, muito pelo contrário. 

O álbum "Com as minhas tamanquinhas", de José Afonso, é o trabalho mais directamente político do genial autor. A política é importante. Quem não tem opções políticas, nem preocupações sociais, e que apenas se preocupa com a facturação, só se exprime culturalmente através do humor rasca e da brejeirice imbecil. Não há maneira de nos exprimirmos com seriedade se não levarmos a sério o que é sério. O partido que pediu a Barreiros para tocar e cantar bacoradas da boca para fora é contra o sistema democrático. Falam de uma limpeza para debaixo do tapete. Esse partido neofascista está minado de gente repugnante. Só tem gente repugnante, neofascistas encartados mesmo, como o homem que foi fundador da associação terrorista MDLP. Um artista deve ser um cidadão atento. Quim Barreiros não deve ser tão parvo como parece. Faz-se de parvo para ganhar dinheiro? Mas, precisava assim tanto do dinheiro dos neofascistas? Não creio. Esta música é culturalmente repugnante. Estão bem uns para os outros.  Quim Barreiros é um deles.

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