É um dos artistas que sigo atentamente, tentando não perder pitada do seu trabalho. Esta exposição no Palácio Anjos terminou ontem. E foi só ontem que consegui lá ir. Envergonho-me e lamento. Gostaria de ter ido lá mais vezes. Gostaria de passear mais tempo por aqueles objectos impregnados de tempo. O rigor expositivo revela a preocupação de não se perderem as memórias da passagem destes objectos pelas nossas vidas. Carlos Nogueira é um guardador de memórias. Pedaços do nosso dia-a-dia convivem e articulam-se com a natureza e o espaço construído. A noção do lugar da arquitectura é celebrada com autenticidade. Existe aqui um respeito pelo passado sem objectivo serôdio.
A mostra deste trabalho de Carlos Nogueira foi talvez a mais importante exposição do ano. Na minha opinião, é claro. Que vale o que vale. Ou seja muito, para mim. Muito obrigado, Carlos Nogueira.