Voto desde que o posso fazer. participo em tudo o que posso participar na vida política e cultural do burgo. Tento a cidadania como a lagarta anseia pelo almejado fruto. Sou uma das lagartas que combate a minhoca fascista que se infiltra na maçã, como diria o Sérgio. Acho que a justiça deve ser exercida, mas não confio nela. Tenho exemplos fortes que me afastam da tolerância para com juízes e magistrados. Lamento. Assisti incrédulo ao que aconteceu a Mamadou Ba. Basta-me.
Hoje ouvi António Costa lamentar as possibilidades de derrapagens dos apoios ao desenvolvimento do burgo devido aos recentes acontecimentos. Compreendo-o. Ouvi as normais reações que se seguiram. Umas percebo outras não. O costume. Mais uma vez lamento a necessidade de colocarem o líder fascista em primeiro lugar a soltar as inanidades do costume. Parolo é parolo. Os parolos ficam convencidos pelas inanidades do costume que se esfumam no minuto seguinte. O costume. Um parolo fascista é mais perigoso do que um parolo apenas parolo. Apesar de um fascista ser frequentemente um parolo. Também é frequentemente filho-da-puta. E os filhos-da-puta a gente manda para aquele sítio.
Outrossim: ouvi José Luís Carneiro apresentar-se como possível líder do PS. Manteiguice esfarrapada e vontade de liderar. Se vencer as eleições internas no partido ficará colocado para disputar a governação do país com o parolo que ainda dirige o PPD/PSD. Se fosse possível governar o país como se governa uma formação unifamiliar, diríamos que com estes dois só se perde uma casa. Mas um país não é uma família. São muitas famílias, com muitos irmãos, tios, tias, primos, uns próximos outros afastados, e amigos, muitos amigos, uns próximos outros da onça. José Luís Carneiro quer ser chefe de família. E parece que quer impôr as boas práticas de um certo, como direi?, "coaching" familiar. Esta gente das "boas práticas" acha sempre que as ditas são o que eles conhecem e praticam. Não vão mais longe do que o que têm em frente do seu nariz. Coitados. Parolos, lá está. Este é o titular máximo da tutela — chegou a ministro, ena, ena — que controla as polícias, e fez valer o poder que o assiste. Exemplo concreto: telefonou para a RTP, protestando por ter sido exibido um spam-cartoon de Cristina Sampaio que criticava comportamentos de polícias. Não sabemos se é essa a prática que vai tentar instalar no partido, caso vença. Mas a sua "boa prática" aplicada na defesa da "honra" dos polícias racistas não nos descansa. O Partido Socialista bem pode limpar as mãos à parede se o eleger.