quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Eu quero morrer, se quiser morrer


Publiquei aqui esta opinIão em maio de 2018. Não altero uma palha. Poderia apenas acrescentar as declarações aparvalhadas do repugnante fascista Ventura, que entretanto entrou em cena. Não o vou fazer. A figura e o que defende provocam-me o vómito. Eis o texto:

O MEU CORPO É MEU | O debate vai ser duro e estúpido. Os que querem decidir o que os outros devem pensar não desarmam. Os argumentos são ridículos, mas ainda convencem incautos. E depois há a disciplina partidária. Que é lá isso?! Se o meu partido diz que a eutanásia vai dizimar a população é porque é verdade. Esquecem-se que com a despenalização do aborto foi a mesma coisa. Aprovada a lei, os abortos iam ser feitos por dá cá aquela palha à porta do palheiro. Com a eutanásia passa-se exactamente a mesma coisa. A religião não os deixa ver que havendo uma lei para a morte assistida, a assistência para que um final de vida tenha dignidade e elimine o sofrimento é reforçada. Acontece exactamente o contrário do que esta gente sugere. Basta lermos as propostas de lei. Existindo uma lei civilizada é dada mais atenção ao fim da vida. Com isto não estou a defender que eu próprio venha um dia, em fase terminal, a pedir essa assistência. Mas devemos ter o direito de escolher. Sem hipocrisias. Sim, porque a "defesa da vida custe o que custar" é complexo ideológico da direita e imposição religiosa transversal às ideias. Mas é sempre uma ideia que proíbe e que desrespeita quem pensa o contrário. Um dia existirá uma lei que definirá uma aplicação cuidada e justa. Tem de ser. Deixem os outros ser donos do seu corpo e do que quiserem fazer com ele. Deixem-se de merdas.

Já agora: Cavaco saiu do formol para repetir as inanidades que o celebrizaram. Triste como sempre. Eu fiquei contente com a comunicação do parolo aos parolos. Assim percebi melhor a razão de nunca o ter apreciado. Facilita a coisa.