segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Maria Manuel Viana


Uma vez encontrámo-nos num lançamento de um livro de Enrique Vila-Matas. Aconteceu algo inesperado, no mínimo: o livro não apareceu. Vila-Matas não se desmanchou e falou do livro com toda a propriedade. Era o seu mais recente livro e estava ali a ser apresentado sem objecto físico. Viemos a saber que a distribuidora o mandou para a FNAC-Chiado, mas aconteceu qualquer coisa estranha e o que é certo é que saímos dali sem livro.

Conto esta história porque foi assim que conheci melhor Maria Manuel Viana. Ela tinha traduzido aquela obra. Sem o assunto esperado, acabámos por falar de outros livros do autor em causa e também sobre os livros dela. Eu só tinha lido "Evidências Nocturnas" e lá disse o que se me aprazou. A conversa durou, e eu tive o privilégio de estar ali a dar à língua com tão ilustres comparsas.
A Maria Manuel morreu hoje. Eu nem sabia que estava doente. Surpresa e choque. As releituras aguardam-me. Muito obrigado, Maria Manuel Viana.