O MUNDO ÀS AVESSAS | O agosto tonto já não é o que era. Tonto na mesma mas com tristezas reais. Morreu gente importante, que faz falta: a escritora Ana Luísa Amaral, o estilista Issey Miyake, o artista visual Sempé, o militar de Abril Almeida Bruno e o activista Homero Cardoso, fundador da primeira etapa da editora Assírio e Alvim e da Associação José Afonso. Também Gorbachov deixou de estar entre os vivos. Isto enquanto o seu compatriota criminoso Putin continua matando e destruindo na senda de alargamento do seu poder. Salman Rushdie não morreu, mas quase. Foi atacado por um tarado fundamentalista miserável. Nas Américas um outro tarado que chegou a presidente daquilo cospe inanidades daquela bocarra cheia de ódio e vingança. Isto em permanente campanha eleitoral.
Por cá a direita também se une e bolsa as atoardas do costume. Estão a ficar todos parecidos. Com a chegada do partido facista à Assembleia da República a coisa extremou-se. Montenegro tornou ainda mais negro o seu discurso de ódio e ambição. Passos Coelho saiu do buraco onde tem estado escondido apenas para se mostrar. Faz cá tanta falta como a fome. E Marcelo foi àquela parvoíce dos putos do seu partido a que chamam universidade dizer que a família não se abandona, mesmo quando não se recomenda. O homem da Iniciativa Liberal continua na obsessão de tornar tudo a pagantes. Quem tem unhas que toque viola. Quem não tem vá pedir esmola.
Enfim, a morte fez das suas, mas a vida não parou. Cá estamos para aguentar as tropelias desta gente sem qualidades. Desta gente que põe o umbigo acima de tudo o que mexe. Os que morreram estão conosco. Foram exemplos e permitiram que vivêssemos melhor. Os facistas, liberalistas e outros sinistros parasitas terão de contar com a nossa persistência em sermos felizes. Sem eles, contra eles. Sempre.