sábado, 23 de julho de 2022

Cromos sem tola



Quando eu era rapaz, eram editados uns cromos que a malta coleccionava: eram os cromos da bola, e reproduziam umas figurinhas coloridas que representavam os jogadores de futebol dos clubes do campeonato do dito desporto. Agora os cromos são outros. Aparecem na televisão e nos jornais a dizer o indisivel. A SIC chamou um casal para dizer inanidades. O homem diz coisas, a mulher aprova com a cabeça e está calada, como no tempo da besta de Santa Comba Dão. Agora até já pode sair do país sem pedir autorização ao seu dono, mas eles estão noutra. Mais respeitadora das tradições seculares: quando um burro fala, os outros baixam as orelhas. Isto sem querer ofender os burros, que são animais simpáticos e muito mais inteligente do que esta gente.

Há outro cromo que está maluco mas que ainda não recebeu as receitas para aviar. Foi durante uma eternidade director do jornal de referência que pertence ao mesmo grupo da estação de televisão que entrevista os cromos salazarentos da opus dei. Este cromo tem a coragem de ir sempre contra a corrente sem medos. O disparate dispara e atira-o para o charco do ridículo. Mas o homem não desiste. Insiste: a baboseira escrita invade agora outro jornal, mais dado a baboseiras escritas. Enfim, é verão. É olhar para os cromos, mas não preencher cadernetas. Lixo, são lixo que deve ir para o lixo. Bom fim-de-semana.