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Um gato aos pulos
Conheci o Fernando Sobral quando ele animava entusiasmado o seu Pulo do Gato. Falámos de blogues. Falámos da necessidade de comunicar. Falávamos muito.
Uma vez até o convidei para vir falar ao Muito Cá de Casa, na Casa Da Cultura | Setúbal. Veio com o Rui Cardoso Martins. A Rosa Azevedo deu as voltas à conversa. Foi um acontecimento único, na área da lucidez e do raciocínio apurado. Falámos de tudo e mais um par de pulos. Pulávamos quando conversávamos, apesar de o Fernando não ser gajo para dar grandes saltos. Era discreto e modesto. Em excesso, porque o talento que arrecadava tomava asas ao mais pequeno sopro. O Fernando Sobral foi das melhores pessoas que conheci na vida. Tive esse privilégio. Tenho tido o privilégio de conhecer os melhores. O meu pai dizia vezes sem conta: tenho os melhores amigos. Porquê!? Porque são os meus amigos. Escolhi-os. Escolheram-me. O Fernando está inscrito nesse registo. Escolhemo-nos e agora, os que por aqui vamos ficar mais um tempo, sofremos com este fim. Esta terça-feira vamos despedir-nos do Fernando. Dói tanto.
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