Há quem lhe chame silly season. O mês de agosto é um forno de expressão rasca e sem sentido. Mas confesso que começo a não saber distinguir a banal ligeireza do ano todo com esta especificidade.
Esta geringonça onde partilhamos estados de alma tornou-se mais violenta com a entrada em cena da extrema-direita mais agressiva. Os palonços que habitualmente partilhavam coisinhas engraçadas sobre artes ou apontamentos curiosos sobre concursos televisivos, passaram a gostar de malhar em quem pensa na vida como ela precisa de ser pensada. Há quem não mude. Nunca. E há quem mude sempre que o que está instituído fede. Este canto do mundo onde vivemos fede mais no verão. É bom mudar. Até porque em setembro vamos ter autárquicas. São as eleições regionais portuguesas. Um festival de parolice elevada a competição nacional. Os candidatos da extrema-direita mais troglodita — Chega — mais os candidatos da extrema-direita envernizada com aplicação de má qualidade — Iniciativa Liberal —, e mais os candidatos das agremiações de benfeitores generalistas, que não dizem coisa com coisa mas acham que são a alternativa a tudo o que mexe, vão subir aos palanques. Eu gostava mesmo é que as minhas férias fossem até ao fim de setembro. Não pode ser, não é? Temos que estar atentos. Não desistir de dar porrada em gente lamentável com quem não se deve sair nem para beber um cafezinho. Boas férias para quem estiver nesse registo. Volto um dia destes.