terça-feira, 30 de março de 2021

Não vem o silêncio sentar-se à minha mesa


POR UM MOMENTO ME FUI HABITUANDO
 | O sentimento de inércia, outra palavra da física adaptada ao discurso coloquial, está escarrapachado neste poema de José Afonso. "Hoje não saio, sinto-me perdido". Mas um possível desconfinamento gradual parece estar aqui: "O país conhece a autópsia do dia/Amanhã o ruído das crianças interrompe-me o sono". 

Solidão, recolhimento, desespero. Esperança contida. Belíssimo texto.

Era só para nos lembrarmos disto: José Afonso escreveu sobre muito. E bem.

TEXTOS E CANÇÕES Autor: José Afonso. Organização: Elfride Engelmayer. Capa: Paulo Scavullo. Edição: Relógio d'água. Outubro 2000.

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