segunda-feira, 8 de março de 2021

Mulher e tudo



Mulher na democracia 
não é biombo de sala

                                   José Afonso

O fascismo foi violento e repressivo. A mulher podia sair do país, ou satisfazer outros luxos análogos,  desde que o marido autorizasse. Era a lei do patriarca. A justiça do mais forte.

Os novos fascistas pedem de novo a violência e a repressão. Querem um poder que satisfaça o sadismo dos seus propósitos: Mulher na cozinha, escrava para todo o serviço. O respeitinho é muito bonito. Sempre foi assim, dizem. É triste percebermos que muita rapaziada de agora, crescida e criada nesses lares dos ajustes sádicos, justifica a violência no namoro. A mulher tem de estar sempre disposta a tudo. A violência doméstica cresceu com o confinamento. Entre paredes, nas salas em que o  amor não acontece e o respeito pelo outro ficou do lado de fora, as agressões são a resposta às contrariedades. É muito estranho que, quase cinquenta anos passados sobre a data da libertação, ainda por aí ande quem defenda "valores" supostamente tão idos. Recentemente, quase meio milhão de portugueses votou, em eleições presidenciais, num miserável racista, misógino, homofóbico, xenófobo e sádico. Não é assim tão grave. Votaram muitos mais na decência. Mas dá para ficarmos preocupados. Hoje, que assinalamos e comemoramos a decência da igualdade, é importante lembrarmos isto. Foram dados passos atrás. O futuro precisa do nosso empenho na oposição a esses valores conservadores e reaccionários. Temos de  avançar de novo para a frente. Limpar mentalidades. Há muito para fazer. Os racistas, misóginos, homofóbicos, xenófobos e sádicos, enfim: os fascistas, não passarão. Não podem passar. Não tem de ser como eles querem. Nunca mais. 

Mulheres: estamos juntos nisto, certo?

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